sexta-feira, julho 24, 2009

NACIONAIS DE XCO - 2009

Mais um Nacional de XCO

Andamentos fortes por parte de muitos atletas continentais, associado a um percurso muito exigente técnica e fisicamente, foram os principais argumentos contra os quais tiveram de se esgrimir os atletas açorianos que se deslocaram aos Nacionais de XCO que decorreram no passado fim-de-semana em Rio-de-Mouro (Sintra).

O circuito proposto para esta edição de 2009 dos nacionais de XCO é uma autêntica delícia para os amantes de XC puro de duro – 100% ciclável, mas super-exigente em termos técnicos e físicos, a exigir muito da condução dos atletas. Não tinha momentos de descanso. Sentar no selim por mais de 10 metros era raro, pois havia sempre uma pedra, uma raiz, um drop para transpor. Não temos nada semelhante em São Miguel e isso dificulta em muito a adaptação ao tipo de percursos encontrados. Para quem conhece, diria que é um misto de Cerrado dos Bezerros e Batalha.

Felizmente que este ano, as temperaturas eram sofríveis (33ºC de média na prova de Sábado dos Veteranos - no ano passado chegou aos 43ºC).

Os primeiros a largar foram os Veteranos A e foi logo para arrasar… 51 inscritos para a prova só nesta classe. A média final de 17,2 km/h obtida pelo Rui Lavarinhas ao fim de 6 voltas ao circuito de 5km tornou a corrida de Veteranos A mais rápida do que a de Sub-23 por exemplo. Ainda assim foi a corrida onde mais atletas ficaram na volta do líder (17) o que demonstra o nível competitivo neste escalão.

Neste tipo de provas, o arranque pode ditar grande parte da corrida e neste caso foi o que sucedeu. O David teve um pouco mais de sorte no arranque e foi dos 3 o que se safou melhor do engarrafamento provocado pela queda de um dos atletas em prova. Depois foi ter um kit de pernas à altura, que o levaram até ao 11.º lugar da geral… Excelente sem dúvida. Tanto eu como o Nuno ainda andamos perto um do outro nas primeiras voltas, mas depois fui embora. Consegui terminar na volta do líder e não fora uma cãibra à entrada da última volta e teria muito provavelmente conseguido entrar na luta pelo 14.º lugar, pois estava “colado” aos 3 que seguiam na minha frente e tinha-lhes ganho muito terreno durante a 5.ª volta…. Ainda assim não foi mau de todo.

Ao Nuno faltou-lhe um dia de reconhecimento do circuito para se sentir mais à vontade, sobretudo nas zonas mais técnicas e com descida. Fazer o reconhecimento dum circuito daqueles na manhã da prova não chega, mas ele não teve outra possibilidade.

Nos Veteranos B, corrida que se iniciou 1 minuto depois da largada dos Veteranos A, o nosso “Cadete-Mor” teve uma queda a meio da primeira volta que o levou a desistir por avaria do desviador traseiro… fica para a próxima.

Ainda no Sábado de tarde, correram os Cadetes e foi a vez do Diogo Brilhante e do Pedro Torres darem ao pedal. O Diogo estava a fazer uma grande prova até à 3.ª volta quando o azar lhe bateu à roda detrás com um furo. Ficou na retina o empenho demonstrado durante a corrida. Ficou em 25.º lugar a 1 volta do vencedor, mas como já referi, o resultado final não reflecte a corrida que fez. O Pedro Torres furou ainda no decorrer da 1.ª volta e como tal não se classificou.

Na manhã de Domingo correram os Juniores e Elites femininas. O Mark Rego foi dobrado no decorrer da 2.ª volta pelo Ricardo Marinheiro. A 1.ª volta do Ricardo foi obtida com um tempo de 15m26s. Vale a pena ir ao nacional só para ver aquele puto a andar… é deveras impressionante os andamentos que ele impõe. No final das 6 voltas, apenas 5 atletas ficaram na volta do líder… o 2.º classificado ficou a mais de 5 minutos.

Nas Elites femininas, a Sandra Araújo não deu hipóteses. Tenho de destacar a garra da Marília perante todas as adversidades com que teve de se debater. Nunca é demais recordar que a Marília até há pouco tempo atrás nem sequer andava em terra. E neste nacionais teve de correr num circuito com dificuldades extra. Caiu várias vezes nos treinos para tentar ultrapassar algumas das zonas mais difíceis e na prova esforçou-se como poucos. Sem exageros, diria que foi uma grande prova e com a experiência adquirida, assistiremos concerteza a uma grande evolução por parte da Marília num futuro próximo… para a história fica um Top Tem… é sempre bonito na colecção de qualquer atleta!

Em Elites, o Luís Alves ficou a 4 voltas do vencedor, que foi o David Rosa. Uma corrida fabulosa do David. Parou 2 vezes na assistência para trocar a roda traseira e ainda assim venceu com mais de 5 minutos para o 2.º classificado e deixou apenas 8 atletas na sua volta. A primeira volta foi feita em 15m19s, ou seja, a voar baixinho…. Lol. O Rui Costa furou no decorrer da 2,ª volta e abandonou.

Finalmente chegou a vez dos Sub-23. O André completou 4 das 7 voltas previstas e acabou em 19.º lugar. Nem tudo lhe correu bem, mas todos nós sabemos que o André pode conseguir muito mais. O Pux passou na primeira volta colado ao André, mas um furo na roda traseira deitou tudo a perder. Fez a 2.ª volta toda a pé, mas não desistiu. A foto já aqui colocada com o Pux a pé, é tirada já depois do furo… fica aqui a observação…. Lol. No meio de tantos furos na nossa comitiva, o campeão foi mesmo o Álvaro Câmara. Furou os 2 pneus logo na primeira volta. Se não estou em erro, foi o único que nunca furou nos treinos, mas na prova foi o mais azarado a esse nível.

Por equipas a Selecção dos Açores acabou em 19.º lugar, fruto do 11.º e 17.º lugares obtidos em Veteranos A e do 10.º lugar da Marília em Elites femininas.

Em jeito de balanço diria que foi positivo. Julgo que todos aprenderam com a experiência. Com mais tempo será feita uma análise mais profunda sobre este tema. Para já este post já vai bem longo…. Lol

Classificações Nacionais XCO - 2009 - Rio de Mouro


Fiquem bem!

7 comentários:

Ludovic disse...

Axo q não foi nada mau. Parabéns a todos os intervenientes.

Luis Alves disse...

Olha Jorge eu axo que fui o unico que nunca furou nem nos treinos nem na prova. O segredo? Cãmaras anti furo com mais de uma ano. lol

Abraços

Luis Alves disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Álvaro Câmara disse...

Não se esquecam que eu também sou campeão em outras coisas.

Marília disse...

Excelente texto ;)!!!
Foi uma experiência mágnifica, marcada com excelentes recordações e com a qual aprendi muito em diferentes níveis.
Dificuldades foram muitas, devido à exigência do circuito mas só a grande vontade que eu tinha em participar e dar o meu melhor ajudou ultrapassar barreiras.
Circuito era um misto de lindo com feio. Lindo pelas suas dificuldades técnicas, pela sua condução, ora sobe ora desce ora vira à esquerda,... Feio em comparação com os nossos circuitos em termos de paisagem não tem comparação mínima lolol... Mas a verdade é que no decorrer desta semana só me apetecia lá voltar para voltar a sentir adrenalina do pura de BTT.
Em termos de atletas dos mais variados escalões, no nacional "anda-se muitoooo" lol... tempos impressionantes, muita dedicação, muito esforço, muito empenho.
Vale a pena ir ao Nacional, vale a pena ver os esforço dos nossos colegas ao seu mais alto nível, vale a pena ouvir o nosso nome representante da selecção Açores.

Abraços e força nas canelas... eu não furei né néé néé lolol

Kadete disse...

A experiência foi muito boa e a dedicação do ppl foi excelente. O pessoal de topo devia participar em mais provas de xc lá fora e se possível com o apoio da ACA. Pois todos nós ganhávamos com isso pq o nível lá fora é simplesmente impressionante! Os critérios para entrar na “selecção” tb deviam ser revistos pq pode haver dois ou mais atletas muito bons na mesma categoria que merecem participar, privilegiando-se a qualidade dado que n deve haver orçamento para todos, senão melhor ainda.
O q mais me prendeu a atenção foi o nível dos mais novos e n foi só o Ricardo Marinheiro…Axo q todos nós temos muito trabalho pela frente pq se n formos nós a puxar pelos putos daqui por uns tempos a selecção Açores mais parece uma brigada do reumático…
Temos excelentes atletas e o David fez uma prova fora de serie, n q a dos outros fosse inferior na dedicação, no esforço e na motivação, mas devíamos aproveitar os “mais-valias” que temos para nos juntarmos, conversar, discutir a melhor forma de aumentar a fasquia em todos os níveis por forma a melhorar as prestações e participações, não só no btt mas tb na estrada. Há muitas ideias q mereciam ser discutidas e partilhadas por todos e n ficarem apenas coarcatadas nos próprios clubes ou evaporadas no Varandas dAvenida entre duas folhas de alface: as pontuações das provas, os percursos, o calendário, etc…pois tudo isso mexe com a motivação e dedicação de cada um.

Sérgio disse...

Já á algum tempo não me divertia tanto a ler um post. Kadete Mor Kostaneira no seu melhor!! :)