terça-feira, abril 13, 2010

BATALHA – PARTE I

Foto de Tiago Martins.

A palavra que melhor descreve a prova de Domingo passado é ÉPICO. A todos os níveis. Foi duro para os atletas, para as máquinas, para os comissários, para o público e também para a organização. São Pedro não tem dado tréguas e quem paga são todos os intervenientes.

Havia muita preocupação no ar, muita tensão, muito nervosismo por parte de quase todos os intervenientes. A chuva que se fez sentir durante a noite deve ter perturbado o sono de muitos. Eu que o diga, pois não é possível ficar indiferente ao facto de ser o responsável por mandar dezenas de pessoas percorrer um circuito nas condições que se faziam sentir.

Foi um enorme alívio ter chegado ao fim e saber que não tinham ocorrido situações de grande stress… embora o Ricardo Carneiro tenha feito os possíveis para que os bombeiros tivessem tido alguma actividade… lol. Felizmente passaram despercebidos desta vez.

Apesar de tudo o que foi referido, julgo que não estou a mentir se disser que a satisfação por parte de todos era o sentimento reinante no final da prova. Sem estar aqui com demagogias, julgo que todos saíram vencedores no Domingo passado.

Quem participou na prova de Domingo tem uma jornada de BTT gravada para sempre na memória. Ainda hoje recordamos o Cerrado dos Bezerros de 2008. Esta prova na Batalha é mais uma para o álbum de recordações.

Sobre a competição em si muito haveria a dizer, mas isso daria para fazer um livro. Cada um tem uma história para contar. Todos tiveram situações que já contaram “n” vezes a “n” pessoas e amigos.

Ver 4 “ladies” a alinhar para uma prova como esta era algo absolutamente impensável até há pouco tempo atrás. Ver atletas a correr para além das 2h30 de corrida, a dar sempre o máximo, não é todos os dias. Ver um desfecho dramático da corrida de Sub-23 como a que assistimos não é todos os dias. Ver uma classificação por equipas envolver 21 atletas para atribuição de um vencedor também não é todos os dias. 7 escalões em competição, cada qual com 3 atletas no pódio e uma das equipas sair vencedora porque tinha um maior número de terceiros lugares, contribuíram para que esta modalidade tenha de facto saído vencedora no Domingo.

Provavelmente nem todos saíram com razões para sorrir, nem tudo foi perfeito em termos organizacionais, nem todos os resultados desportivos saíram como o previsto, mas em eventos deste tipo o que fica na memória é que fizeram parte de um acontecimento “invulgar”.

Depois do banho de lama e frio da Batalha, esperemos que o chá da Gorreana seja servido em condições… lol.

8 comentários:

Kadete disse...

Foi de longe o melhor circuito de xc que tive conhecimento, e com esta lama toda tornou-se no mais duro de todos os que já participei.
O nível técnico e físico está cada vez melhor e a organização tem que melhorar os circuitos, para aumentar a competitividade. Por isso estão de parabéns por terem proporcionado esta grande Batalha.
O n.º de participantes foi uma das grandes surpresas e a prestação do Rui Costa foi outra. No dia anterior nem conseguia fazer nada na descida. Persistiu e teimou que tinha que fazer a descida em cima da bike e fez o resultado que fez com o tempo que se viu. É um exemplo de raça e de grande determinação para além de revelar que está em grande forma física como tem vindo a mostrar e a melhorar em cada prova. O Nuno surpreendeu-me a descer e na escolha dos pneus (aqueles não conhecia lol!) e na diferença final para o David! Grande salto, esta prova encaixava que nem uma luva! Foi pena o Jorge e o Bruno terem furado, o escalão dos rápidos poderia ter sido mais emocionante. O David Merckx, palavras praquê?
O David Pinto esteve bastante regular e obteve um excelente resultado. O suficiente para controlar o escalão que mantém tudo em aberto até ao fim. Azar do Ricardo Silva logo no início da prova, nem deu para aquecer! O Levy precisa de meter mais uns kms e o Ludo beber menos cocorolas! O Viveiros vai aquecendo devagarinho, o tempo não dá para tudo.
Para aqueles que não apareceram por causa da lama podem continuar a ficar em casa a tomar chazinho no quentinho e fazer companhia ao gato porque com este espectáculo todo ninguém deu por falta deles! Seria a mesma coisa que baldar-se a uma prova de estrada por ter muitos Kms, ou cortar-se a uma prova de DH por ter descidas muito rápidas!
Não sei fazer comentários elegantes, deixo essa tarefa para as senhoras, mas não posso deixar de denunciar duas situações altamente, diga-se, clamorosamente discriminatórias: primeiro puseram os velhotes a rodopiar naquela lama toda durante quase 3 horas, enquanto os cadetes piraram-se ao fim de hora e meia! Depois oferecem taças aos cadetes para coleccionarem em casa com fartura enquanto a malta se esfalfa toda para pegar numas imitações durante apenas escassos segundos e devolver ao proprietário sem tossir nem mugir! Isst na puodd seurrrr!
Esses cadetes são uns privilegiados enquanto os velhotes carregam com as artroses todas e bicos de papagaio e ninguém tem dó! Espero que as coisas mudem na Gorreana e até lá bebam muito chá verde para recuperar do reumatismo.
Bons treinos.

jormed disse...

LOL.. então não conheces os Maxxis Medusa? Os melhores pneus de lama da terra e arredores? Imperdoável...

Foi com um Medusa que competi em 2008 na Batalha e no Cerrado dos Bezerros. Já me penitenciei mil vezes por não ter arranjado mais um para esta prova.

Na frente tinha montado o Medusa e atrás coloquei o Schawlbe 1.5... foi a pior escolha de pneu que podia ter feito para trás. O pneu de facto agarrava tudo o que tinha... mas agarrava o que devia e o que não devia. Era preciso uma força brutal para colocar a bike em andamento nalgumas zonas do circuito com aquele pneu atrás. E sei o que digo, pois troquei de roda 3 vezes e pude comparar por 2 vezes as diferenças de andamento com o 1.5 atrás e com o Michelin Mud 2.0. Pedalava muito mais solto com o Michelin atrás.
Depois foi um pneu que não resistiu às minhas passagens nas pedras. Furei nas 2 vezes em que o levava montado. Já com o Michelin atrás e o Medusa à frente, as pedras eram amendoins... lol

Em relação aos troféus, o máximo que se pode fazer é baixar a altura dos degraus como o Marco referiu na altura, para minimizar o efeito das artroses... lol

De facto o Rui está de parabéns... grande prova. Mas volto a repetir que estão todos. Pelo menos não me chegou nenhuma mensagem de descontentamento, apesar da dureza do percurso... pelo contrário.

Míudos como o José Pedro, o Diogo, o Pedro Torres, Fábio Moura, a fazerem provas com este nível, nesta fase, nem imagino como estarão daqui a uns anos em termos técnicos e fisicos.

Kadete disse...

Também cometi o "erro" de meter o Schawlbe 1.5 atrás, no dia anterior ainda servia mas no dia da prova foi para esquecer, principalmente na descida, subida, no lamaçal e nas pedras não furei porque no sábado fiz o teste digamos de "arrebentamento de pneu" q se resume em detectar a velocidade máxima admissível para não furar à pressão aplicada e definir os locais onde não se pode travar sob pena de arrebentar! Como desci devagar não tive problemas. E o que dizes do Kenda q o David levou? Acho esse pneu fenomenal para aquele piso tanto à frente como atrás e não faz grande atrito a rolar. Era o único pneu que dava para ver a borracha depois de sair do lamaçal! Por alguma razão lhe chamam o rei da tracção! O Mud não me cativou, era muito pesado e acumulava muita lama, tal como o Storm, acho que o Explorer safava-se melhor. Mas para aquele piso é um bocado ridículo conjecturar sobre as capacidades dos pneus. O melhor pneu era pegar na bike pela mão e correr, ganhava-se montes de tempo e só me apercebi disso quando me dobraste na penúltima volta. Só mesmo o David é q pedalou o tempo todo.
Em relação aos putos sem dúvida que estão a apreender depressa, houve outras prestações muito boas, como é o caso do Pux. A malta começa a ter noção da responsabilidade de participar num campeonato. Acho que as coisas estão bem encaminhadas.

jormed disse...

O Kenda não experimentei, mas o David lá deve saber porque o usou... lol

Se fosse hoje tinha levado um medusa à frente e atrás, ou então o explorer à frente e medusa atrás.

Nas últimas 2 voltas fiz a subida a seguir à mata a correr, pois o michelin que estava na roda que me emprestaram na zona de assistência não agarrava nada. Ainda assim era melhor que o schawlbe.

Kadete disse...

Naquelas condições cada pneu é um tiro no escuro, mas esta prova serviu para aprender mais umas coisitas, como por ex. saber qd se deve pedalar e qd se deve correr, especilamente a partir da 2ª volta o piso ficou impossivel nalgumas zonas, o suficiente para se ganhar (ou perder)uma vantagem significativa ao fim de mais de 2 h de prova! Espero poder beber um chá na gorreana de forma mais tranquila,estou farto de chuva e frio lol!

Ludovic disse...

Foi uma prova muito dura, infelizmente não temos ainda o contacto de S.Pedro para saber o que virá lá de cima, porque axo q deve ser uma prova linda de se correr com sol. Parabéns a todos os intervenientes, especialmente aos meus companheiros de camisola vermelha que deram o que tinham e o que não tinham. Também uma palavra de Parabéns à organização de prova, e um agradecimento tb aos fotografos todos que por lá andaram e às "massas" que andaram por lá a apoiar e ver a prova.

Abraço

Sérgio disse...

Acho que o David levou os Bulldog (Igual ao que tinha montado na frente). Também não gostei muito do 1.5 mas essencialmente acho que me faltou foi pernas para ele. Ele agarrava bem...mas estava cansado. Qualquer peneu naquelas condições dificilmente iria funcionar. O melhor seria o que rolasse melhor no pasto e na subida e se safasse na descida das pedras...pois no resto era desenrascar da melhor maneira.
Levei o 1.5 preocupado com a tração no single e ele funcionou bem lá...menos no resto. São compromissos...

jormed disse...

Pessoalmente fico muito satisfeito por terem gostado do circuito proposto. Claro que o piso nao estava nas melhores condições, mas esses factores ambientais não os conseguimos controlar.

Fica a certeza de que é um circuito equilibrado em termos de doseamento de esforço, com 2 subidas e 2 descidas por volta. Tecnicamente está também num nível muito aceitável para os padrões exigidos para a modalidade.

Há que agradecer aos lavradores que permitiram a passagem nos pastos. Houve a preocupação de definir a zona de passagem vários dias antes para demarcar o trilho no pasto, mas depois de nada serviu. Andar por cima da erva era melhor no dia da prova... lol

O problema deste circuito é sempre o mesmo todos os anos... a limpeza do single-track. Quem lá andou não imagina o trabalho de limpeza que teve de ser feito. Foram 4 dias para limpar aquilo tudo. O fim-de-semana da Páscoa foi todo "queimado" na limpeza.
O Pux ficou tão roto que só conseguiu voltar a treinar na Quarta-feira da semana da prova... lol

Mas ao menos o trabalho valeu a pena, pois de um modo geral as pessoas gostaram.

Esperemos que daqui a 4 semanas o tempo esteja melhor para a Batalha II, pois o single-track vai ser feito ao contrário.