sexta-feira, setembro 18, 2009

VERGONHA!!!!! DOPING: Vírus da modalidade

Nuno Ribeiro controlou positivo a EPO
LIBERTY JÁ RETIROU APOIO À EQUIPA DO VENCEDOR DA VOLTA


Um controlo antidoping realizado pela UCI antes da Volta a Portugal a ciclistas da Liberty Seguros terá encontrado vestígios de EPO nas amostras recolhidas de Nuno Ribeiro, que venceu a última edição da prova, e de alguns outros colegas de equipa, entre eles Hector Guerra, vencedor da Volta ao Alentejo de 2008, e Izidro Nozal.

A notícia foi avançada esta madrugada pela "Rádio Voz da Planície". A equipa é liderada por Vitor Paulo Branco (manager) e Américo Silva (diretor-desportivo).

De acordo com o relato, o patrocinador já retirou o apoio à formação da União Ciclista da Charneca, tendo informado os responsáveis esta madrugada, perante a comunicação da UCI que já terá sido feita aos corredores.

A estação de rádio cita um comunicado da Liberty Seguros no qual o diretor-executivo José António Sousa da empresa escreve:

"Os testes efetuados pela UCI, revelaram a existência de EPO (...) [Ao ser informado] durante esta madrugada pela direção da equipa [de que vários ciclistas da equipa] terão recebido mensagens em que a UCI lhes comunica terem acusado positivo à substância proibida EPO [num controle efetuado dias antes da 71.ª Volta a Portugal a Liberty Seguros decidiu] que retira com efeitos imediatos o patrocínio à equipa, e abandona a sua política de apoio a esta modalidade através do patrocínio direto a uma equipa."

A empresa adianta que vai "estudar a possibilidade de manter o patrocínio a provas específicas, como o recém-criado Grande Prémio Liberty Seguros, em associação à PAD" e lamenta que este caso "venha destruir a vida das 20 famílias que dependem do patrocínio à equipa".

Nuno Ribeiro está a disputar o Grande Prémio Liberty.

1 comentário:

Sérgio disse...

Fala-se de EPO e CERA, mas talvez convém explicar o que significa para quem nunca ouviu falar nisto.

Em 1998, no Tour foi quando se começou a falar em EPO, quando houve aquela bronca da desclassificação de Festina onde corriam os ciclistas Laurent Dufaux e Alex Zule que acusaram EPO no controlo anti doping.

A Eritropoietina (EPO) que na sua nova fórmula recombinada é designada por CERA (doping da ultima geração) é uma hormona segregada pelos rins que estimula a medula óssea a elevar a produção de células vermelhas do sangue. Em situações naturais podemos estimular a produção desta hormona treinando em altitude, o que eleva a quantidade de hemoglobina no sangue. O Oxigénio é transportado no sangue ligado à hemoglobina. Portanto, uma elevação de EPO ocasiona o aumento na capacidade de transporte de oxigénio pelo sangue. Mais oxigénio no sangue significa mais oxigénio alcançando os músculos para a produção de energia aeróbica, o que melhora a performance de ciclistas, corredores de longa distância e outros atletas de resistência.

Há duas formas ilegais de elevar a capacidade de transporte de oxigênio no sangue de um atleta. Uma é o doping sanguíneo, a qual era a melhor tecnologia disponível nos anos 70 e boa parte da década de 80. Doping sanguíneo envolve remover e guardar no frio um litro do próprio sangue, esperar algumas semanas até que o corpo tenha restaurado a quantidade de células vermelhas do sangue, e então reinjetar as células vermelhas guardadas.

A maneira moderna de aumentar ilegalmente a capacidade de transporte de oxigénio do sangue é injetar a versão sintética de EPO. Esta hormona é produzido sinteticamente para tratar pacientes com mau funcionamento dos rins, cancro e SIDA. Pelos últimos 10 anos, uma parte da produção de EPO fez seu caminho para aos mãos de atletas. No começo desse ano, Eddy Planckaert, belga ex-campeão de ciclismo, confessou ter tomado EPO em 1991 e declarou que durante os últimos dois anos de sua carreira (1990 e 91) muitos outros ciclistas estavam usando EPO. Porém, junto com a melhora na performance em decorrência de EPO, vem uma série alarmante de mortes controversas entre ciclistas de topo. Entre 1987, quando EPO ficou disponível na Europa, e 1990, dezoito ciclistas belgas e holandeses morreram abruptamente, levantando suspeitas que os atletas que se injectavam com esta hormona,ingenuamente não sabiam que estavam brincado com fogo.

O mesmo efeito que melhora a performance de resistência também põe em risco a saúde atleta. Ao elevar a densidade do sangue,a EPO aumenta o risco de coagulação sanguínea, o que pode bloquear os vasos sanguíneos causando um ataque cardíaco.