domingo, março 23, 2008

Sem dúvida um “Score” 10 em 10...



Boas pessoal:

Na ultima semana tive o previlégio de ficar com a nova KTM Score Master, que o Stand Carreiro e Compª amavélmente me emprestou para teste..

Não sei por onde começar, apenas vêm á cabeça ESTA BIKE É UM ESPANTO!!!


Já havia exprimentado algumas suspenções totais (FS), como por exemplo a Trek Fuel 80 ou a Specialized FSR XC ou até algumas de Downhill, mas nunca tinha tido o prazer de montar um “puro-sangue” de XC como este. Á priori já esperava o comportamento caracteristico de uma FS, maior conforto, mais facilidade em levantar a bike do solo, maior tracção, etc.. Mas nada me havia preparado para o vasto leque de sensações que este “bicho” nos transmite! É impressionante a forma como a bike se cola ao solo, como nos permite entrar em curva e de lá sair a pedalar como loucos, os longos voos baixos que a dupla suspenção nos permite, bem como uma suave e controlada recepção, como estivessemos a aterrar em cima de dois puf’s!

A descer é impressionante a confiança transmitida pela bike, em que reacções típicas de uma Rígida (HT) tais como a traseira aos saltos de um lado para o outro, o corpo a querer saltar pelo guiador a fora ao ter sido projectado pelo selim, são fácilmente esquecidas e aquelas trajéctórias menos correctas que ás vezes escolhemos são em muito perdoadas pelo fantástico trabalhar das “rapozas” 32 F100 RLC e Float RP23.

Para este teste, tomei a liberdade e troquei o Racing Ralph Evo que a Score Master trazia na frente por um dos meus Continental Explorer 2.1 Supersonic, com vista a uma melhor aderência em curva, a qual não é o forte dos Ralph. Na minha modesta opinião, este pneu é um excelente rolador, quer pelo seu desenho quer pelo seu peso relativamente baixo e quando usado na roda traseira em pisos compactos e secos oferece uma tracção invejavél, mas em pisos mais soltos ou algo mais emlaneados o seu comportamento fácilmente passa de bestial, a besta.

A subir, além da esperada agilidade usual de uma bike com menos de 11 kgs é surprendente a tracção que esta apresenta, apenas tive necessidade de abrir o amortecedor em raras ocasiões quando arriscava linhas menos correctas a subir e com muita pedra solta mesmo para ver de que esta bike era capaz e se alguma vez tive de desmontar, garanto que o foi apenas por falta de técnica minha, acreditem, ela TREPA TUDO!

Quanto ao bombeio do amortecedor traseiro, usei-o na posição de Pro-Pedal 3 (Maior eficiência a pedalar quando na posição de Compressão), e o amortecedor permite-nos duas posições de compressão:

- Uma com o sistema aberto a qual apenas aconselho para superar aquelas subidas com o piso em muito mau estado (pedra solta, buracos, possiveis faltas de tracção) ou então para curtirmos á brava a descer.

- A outra posição, aumenta a compressão do amortecedor ao ponto de que a força do pedalar não cause o bombeio do amortecedor (nada mesmo!), até mesmo se pedalarmos em pé (desde que não andemos aos pulos, claro), mas ao mesmo tempo, mantém uma compressão baixa o suficiente, para que no caso de nos depararmos com algum obstáculo este consiga ser parcialmente absorvido, embora com uma absorção muito inferior à oferecida pela outra posição.

Em relação á F100 RCL é pena que a Fox este ano não tenha produzido a versão TerraLógic (Sistema com Válvula de Inércia), se bem que a suspensão vem com um regulador de compressão a baixa velocidade, que define a sensibilidade dos primeiros centimetros do curso, mas mesmo assim, em algumas ( poucas) ocasiões em que necessitamos de sair do selim para dar algumas pedaladas a suspenão rouba-mos alguma daquela preciosa e escassa força, lol.

Bem, por muito que eu tente me armar em esquisito e inventar pontos a serem melhorados e tal, não consigo esquecer o quão fenomenal é esta máquina e o imenso prazer que porporciona a alguém apaixonado por pedalar e que não dispense umas incurções um pouco mais intensas fora dos vulgares estradões de terra. Resta-me mais uma vez agradecer ao Stand. Carreiro e Compª. Pela oportunidade.


"Score VS Epic":

Bem, este é um assunto sensivél pelo que não me vou alargar muito, lol.

Ao par de estarmos a falar de bikes pensadas para utilizações um pouco diferentes em competição (a Score para Maratonas e a Epic para XC mais puro e duro) sou levado a pensar até que ponto será o Brain da Epic mais “Inteligente” que o ser Humano, noto que na Epic, muitas vezes em piso não completamente regular, mas mesmo assim perfeitamente toleravél numa bike com comportamento “rígido”, o amortecedor traseiro está desbloqueado e a absorver aquelas minúsculas irregularidades que não nos retiram conforto, mas mesmo assim “enganam” o amortecedor fazendo com que este bombeie um pouco.. Não será, neste tipo de circûnstâncias, um amortecedor com bloqueio manual mais eficaz ? Cabendo ao Atleta a decisão de quando e onde ter o amortecedor activo ou não ?

Fica aqui a questão, não me apedrejem, pois não estou a tentar desafiar a lógica e o engenho de marcas que gastam milhões a testar e desenvolver os mais eficazes sistemas de amortecimento.

Vou deitar-me que já se faz tarde, deliciem-se com as imagens ;)

Um abraço

17 comentários:

CARLOS SILVA disse...

Bom...

A KTM não leva as coisas a brincar.
Já fui cliente KTM, não de bicicletas, mas sim motas, tive uma Duke 640 supermotard e uma 400 EXC de Enduro, que são uma delicia.
Todos sabemos que o mercado motociclistíco é dominado pelas 4 grandes japonesas, mas adivinhem o que vem a seguir... a KTM, que é Austríaca.
Quem costume acompanhar o Paris-Dakar sabe que esta marca domina largamente no campo das trails.
E não se estão a ficar por aí; Ainda há pouco tempo ganharam uma prova de GP, nas 125cc...
É natural que todo o know-how proveniente desta larga vivência do mundo motorizado, seja agora aplicado, com as devidas adaptações, às bicicletas, daí que esta máquina que o André experimentou seja um espanto.
Apesar da minha experiência em suspensões "espertas" seja nula, se calhar o que se passa, André, é que quando dizes que o ciclista é mais "inteligente" que o amortecedor, estás a descurar um pormenor...
Tens de imaginar que estás a usar a bike em prova, num circuito que está constantemente a mudar de características de piso, e que o ciclista está exausto, e já não tem concentração para estar pouco a pouco a regular a suspensão...
Mais vale então deixá-la trabalhar sózinha, mesmo que ela faça algumas "asneiras".
Só mais uma coisa: alguns ciclistas com menos experiência, que leiam este post, podem achar tudo isto "treta", mas se assim o acham, estão muito enganados.
Eu, por exemplo, quando passei duma BH rígida para uma X-Trem (dupla suspensão) notei uma diferença do dia para a a noite, não só pela dupla, mas também pela qualidade da suspensão frontal, a ar.
E agora que estou a usar uma BH rígida emprestada, com uns amortecedores à frente que podiam ser substítuidos por dois barrotes de madeira que não se notava diferença nenhuma, lol, noto uma diferença no comportamento da bicicleta que é uma coisa muito séria.
É muito mais difícil manter e/ou corrigir trajectórias, especialmente em pisos rápidos com rilheiras.
Nas trialeiras, qualquer travagem em ângulos mais acentuados e já está o curso da suspensão esgotado, com a inércia a transmitir-se logo para a roda da frente e o inevitável "derrapanço"...
E ainda falta comentar a espessura das barras, que são tão finas que transformam a direcção num pudim flan - treme por tudo e por nada.
Agora, o que é bom custa dinheiro...

Ludovic disse...

Bom post/"reportagem" da Score. Bastante bom... escapou-me as rodas. Quais são as q vêm a equipar a SCORE?

Unknown disse...

Também esqueci-me de referir a qualidade das rodas. Os as são uns DT Swiss XR 4.2D de 28 raios (DT Aerolite) montados nuns cubos DT 340s, que são um espectáculo, tem um rolar super suave..Até mais suave que o das CrossMax. De referir que os Aros não são Tubless.

jormed disse...

Não estou habilitado a comentar o desempenho da Score, pois nunca a testei... mas admito que as marcas rivais da Specialized não andam a dormir como é óbvio.
O facto de se poder regular ou não o amortecedor "manualmente" sem depender dos amortecedores inteligentes tem vantagens e desvantagens.

Numa prova se há coisa com que não me quero preocupar mesmo (!!!) é se bloqueei o amortecedor ou não na subida, se me esqueci de desbloquear nas descida e coisa e tal... já basta ter que sofrer e mais nada. Nesse caso o Brain é para mim a escolha mais sensata, porque "pensa" por nós e com isso poupamos energias... não há cá mais stress. Afina-se o brain para o tipo de piso que vamos encontar na prova e depois é deixar correr... simples!

Num perspectiva de lazer, admito que o ter no volante uma opção para regular o amortecedor traseiro é cómodo. Num passeio tenho tempo para pensar na melhor forma de descer ou subir... para regular o brain, tenho de me apear para o tornar mais "rigido" para subir ou mais "soft" para tirar mais prazer das descidas. Falta de facto aquele controlo remoto, mas não é nada que não se faça.

A escolha entre os 2 sistemas fica ao critério de cada um... é mais uma questão de gosto/hábito.

No meu caso, fazer uma comparação entre a Epic e a Score vai ser dificil, pois a minha Epic está mesmo à XC... volante recto, super baixo e estreito... a Score tem um volante curvo, larguissimo e altissimo... a Epic que está para teste drive está com a mesma configuração da Score.

Quando testares a Epic podes tirar todas as ilações e comparações entre as duas.... ficamos a aguardar ;)

Unknown disse...

Jormed, a Score tem guiador recto, oversize de creio que 580mm..

jormed disse...

Então é o avanço que não está invertido e torna a frente muito alta... correcto?
A verdade é que a frente está alta, por isso deduzi que seria o volante...

Unknown disse...

Sim, o avanço está na posição "standard", mas garanto-te que a frente tem muito pouca tendência para levantar.

jormed disse...

Tb tou a ser tarouco... lol.
Numa das fotos dá perfeitamente para ver o volante recto... dahhh

Aquilo que disse acima vem também do feeling que tive quando me sentei na bike... o quadro é um L?!?... a verdade é que sinto que a bike é enorme, dai ter "exagerado" nas dimensões que referi... lol

Unknown disse...

Sim, é um L, além disso a bike é altissíma, mas em nada penaliza o conforto, até pelo contrário.

melo disse...

Na minha, opinião a bike que está ao nível de uma EPIC é a Scott Spark, com 3 regulações no polegar (bloqueio, controlo de tracção com curso de 80mm e 110 para descer) a juntar um baixo peso.
Cá não existe ainda nenhuma, penso que é uma questão de tempo.
A KTM sinceramente ainda não me convence.

paulo rebelo disse...

Belo texto, parece um artigo tirado duma revista da especialidade. Já agora, q pneus
é q aconselhas para o cerrado dos bezerros?

Unknown disse...

Lol, não especialista nenhum, mas creio que se o terreno não estiver muito enlameado, os Explorer dão conta do recado. Caso as coisas fiquem mais escorregadias, o Jormed exprimentou na Batalha os Maxxis Medusa, e falou muito bem deles..

jormed disse...

Há frente os explorer, mesmo que esteja enlameado... dão sempre conta do recado. Na Batalha, mesmo com o piso na descida nas condições em que todos viram, o pneu continuava a fazer o seu papel como deve ser.

Atrás, explorer caso não esteja muito enlameado. Se chover vou levar atrás o Maxxis Medusa que têm uma tracção soberba mesmo em lama... não são grandes roladores, mas no Cerrado não vamos rolar.
A Specialized tb tem uns pneus para lama que parecem ser semelhantes aos Medusa... pelo menos o perfil do pneu é muito semelhante.

Unknown disse...

São os Houffalize, os quais receberam o nome pela prova da taça do mundo em Houffalize.
O Luis Alves já andou com um par por algum tempo, talvez ele possa chutar a qualidade dos pneus em lama..
Têm é um desenho um pouco mais fechado que os medusa.

Luis Alves disse...

A specialized agora tem uns pneus novos de lama "pura", o Storm e passou os houfallized para intermedios.

Experimentei os houfallized no ano passado na batalha e nunca mais os usei, isto porque acumulam muita lama e nao os axo mesmo nada eficazes nestetipo de terreno.

O Rui Dias utilizou os novos de lama da Specialized(Storm), pelo que passo a "bola" para ele.

Abraços

CARLOS SILVA disse...

Também fiquei impressionado com o post do André.
Já li artigos em revistas especializadas, muito inferiores, redigidos provavelmente por fulanos que a última vez que andaram de bicicleta, esta tinha 3 rodas e uma buzina em formato de Pato Donald (não sou eu... a minha bicicleta tem 2 rodas... a buzina é só para curtir nos passeios, lol).

paulo rebelo disse...

Obg. pelas dicas malta.