quarta-feira, janeiro 23, 2008

GIRO DE ITÁLIA

É giro, mas não é o Giro, lol
AEROPORTO DE ROMA, MAIO DE 2007
Estive em Itália em Maio de 2007, e não pude deixar de reparar que é um povo com uma profunda ligação às bicicletas (já tinha sentido o mesmo na França e na Bélgica).
De facto, há milhares de bicicletas a circular e estacionadas nas ruas, e toda a gente usufrui deste meio de transporte, desde a elegante velhinha que vai beber o seu chá até à esplanada (mesmo à chuva !!!), até ao executivo, que vai todo engravatado para o seu emprego, com a sua pasta presa no suporte traseiro da bicicleta.
E o mais incrível é que não se ouve uma buzinadela que seja, de nenhum carro, nem aqueles impropérios a que já estamos habituados a sofrer, quando nos deslocamos de bike numa grande cidade.

ESTA FOTO, EM FLORENÇA, INFELIZMENTE NÃO MOSTRA NEM 1 % DAS BIKES QUE SE VÊEM ESTACIONADAS PELAS RUAS...

EM SIENNA, FUI ENCONTRAR UMA BIKE COM O QUADRO FEITO EM... VIME !!!
QUEM SABE, A NOVA APOSTA DO ANDRÉ ARRUDA, PARA 2008


SE PENSAM QUE FUI DE FÉRIAS E DESCUREI OS TREINOS (NOTA-SE MUITO, PELA BARRIGUINHA, LOL ?) EIS A PROVA DO CONTRÁRIO, EM PISA.




PARA ACABAR, NÁPOLES É A CIDADE MAIS ANÁRQUICA DE ITÁLIA. NINGUÉM RESPEITA SENTIDOS PROIBIDOS, OU FILAS (DE QUALQUER ESPÉCIE...) NEM COISA NENHUMA. DAÍ, O CAPACETE QUE O SINAL RECOMENDA...




Agora, entrando num tom mais sério, é vergonhoso que, numa cidade praticamente plana, como Ponta Delgada, se vejam tão poucas bicicletas a circular. As pessoas são preguiçosas, querem levar o carro até à porta do emprego, e as poucas que pegam na bicicleta, desistem logo no dia seguinte, porque lha roubaram...
Os incentivos também são poucos - há uns anos tentei organizar uma prova de BTT, no «Dia Sem Carros» e colocaram-me tantos entraves que desisti.
E aqui nos Açores a malta das bicicletas ainda é olhada um pouco de lado, como sendo «os maluquinhos das duas rodas» - isto, numa altura em que, cada vez mais, deveria de haver uma maior consciencialização para a prática de actividades desportivas...

14 comentários:

paulo rebelo disse...

Esse quadro em vime nas mãos do André n aguentava duas pedaladas seguidas!
Nápoles é a cidade c/ o "melhor" trânsito do mundo! Toda a gente se desenrrasca. Reparaste q os gajos nunca batem e n são teimosos c/o nós a conduzir naquele trânsito. Axo q é apenas uma questão de prática e de civismo!!
Qto aos incentivos em s. Miguel, queres melhor doq aquela situação do impacto ambiental do BTT na Lagoa das Furnas!!! Coitadinhos dos peixinhos...

CARLOS SILVA disse...

Eh eh, os Napolitanos são doidos, de civismo não têm nada...
A noção de "fila" para eles não existe, amontoam-se bárbaramente para tentarem entrar em qualquer lado, e não respeitam ninguém.
Em relação àquela da DRRH, sobre a prova nas Furnas, vou parafrasear o repórter da revista "Rotações": candidata-se à anedota do ano...
Então o Governo anda a tentar vender a imagem dos Açores lá fora, em fotos com ciclistas passeando junto às lagoas, e depois proibe uma prova de BTT nas Furnas porque, alegadamente, «as bicicletas podiam poluir a àgua da Lagoa».
Santa omelete

paulo rebelo disse...

N percebeste o q eu disse em relação ao civismo, basta dizer-te isto: o meu irmão tirou a carta em Roma viveu lá uns anos e n se entende c/ os condutores portugueses nem c/ o trânsito em Lx q, diga-se de passagem, n é pior q o de Roma, antes pelo contrário, e volta-e-meia tem saudades daquele trânsito. Aliás, se olhares bem prás condutoras italianas ficas logo bem dispooosto, hé, he´, he...cheio de civismo...Qunato às filas e subir passeios isso é normal, tens q ver o sentido prático das coisas boas...

Unknown disse...

Carlos, eu vou dar-te com um vime nas costas, lol!

Creio que só por essa situação das Furnas, dá logo para ver porque é que vivemos num pais 10 anos atrás de outros como a França, Itália ou Bélgica.. Tudo isto passa por uma profunda revolução de mentalidades. Um tipo que vá para o trabalho de bike é visto como um coitadinho, que não tem carro e tem de ir a pedalar, ou então é maluco da carola, ninguém pensa que em muitos casos será + Rápido, + Económico, + Ecológico, + Sáudavél, enfim.. Temos é de ir mantendo sempre a pedalada forte pois felizmente, os nossos governantes são um recurso renovável, e mais cedo ou mais tarde aparecerá alguém com visão e dinamismo suficiente para que as coisas sigam o melhor rumo..

Hoje também andei pelos trilhos pedestres (Lagoa do Fogo) e cheguei a casa com um sorriso DEEEEEEEESTE tamanho, lol.
Foi um treino de XC absolutamento completo, lama, técnica, muita inclinação, uma queda super divertida, e a cereja em cima do bolo...um furo no caminho para casa, espectáculo!

Abraços

jormed disse...

O assunto que estão a abordar é tão complexo que quase não vale a pena malhar nele... lol
Acho que devem ser feitos esforços para, sempre que possível, mostrar aos governantes e ao público em geral, que a bicicleta pode e deve ser uma alternativa viável como meio de transporte no nosso dia a dia.
A culpa pelo facto de em Ponta Delgada (e no pais em geral) não termos condições mínimas para andar de bike nos grandes centros não é apenas dos governantes... é minha, é vossa, é de quem lê este blog e de todos os que constituem a nossa sociedade.
A nossa mentalidade pura e simplesmente não está para ai virada...

É minha porque sempre que posso desloco-me de carro em Ponta Delgada... é vossa porque a grande maioria faz o mesmo que eu... é de quem lê porque se limita a concordar ou a discordar do que aqui é dito e não intervem quando tem oportunidade... é da sociedade porque não tem mecanismos que a façam mentalizar que andar de bike não é apenas uma actividade de lazer... e é dos políticos porque não vêm grandes benefícios eleitorais se começarem a construir ciclovias em vez de estradas.

A ilha e o nosso clima também têm a sua responsabilidade... existem demasiados desníveis, chuva e vento não faltam...

melo disse...

Hei André, vê lá se não "desgastas" muito os trilhos da "LakeFire" senão qualquer dia o pessoal quer ir lá e é só rilheiras por todo o lado. LOL
Já agora devo dizer que sou grande apreciador de desniveis, chuva, ventania e mar cavado a grosso; é uma questão de se escolher a modalidade que mais se encaixa no "clima" e disfrutar à grande.

CARLOS SILVA disse...

André, grande post.
Disseste tudo.
O Jorge também está cheio de razão...
Por vezes, sinto-me culpado de ir de mota para o trabalho, quando o podia fazer de bike.
Mas nós (ciclistas ) temos uma boa desculpa para não o fazer.
Nós encaramos a bike com um ângulo diferente, quando pegamos nela é para fazer no mínimo 30 Kms.
E depois há outra questão...
Ás vezes acordo, e penso «hoje vou para o trabalho de bicicleta».
Quando já estou a abrir a gaveta do equipamento, lembro-me (sempre) que tenho de passar no Híper para comprar uma treta qualquer.
Ora, em Portugal, "bike parada no Híper" = "Adeus bike", a menos que se façam prover de um cadeado elaboradíssimo, que prenda simultâneamente o quadro a um poste (convém que o poste seja robusto), e que abrace as duas rodas (a menos que as desmontem).
Se não quiserem ir fazer figura de mentecaptos para dentro do Híper com um selim na mão, têm de o retirar e passar no cadeado também.
Mesmo com todos estes cuidados, há larápios que, nem que seja por judiaria, vos roubam as chavetas das rodas, os conta-Kms, os punhos, etc.
Na impossíbilidade de fazerem qualquer uma destas asneiras, ainda mexem nos manípulos das mudanças, só para a gente se lembrar que «eles andam aí».
Portanto, qualquer tentativa de ir para o trabalho fazendo "escala" em qualquer lado, está fora de questão...
Até para ir beber um simples café, há que ficar com os olhos bem grudados na "menina".
Para além disso, há todo o processo de alteração de mentalidades, que todos falaram, e é por aí que temos de começar.
E nós, praticantes de ciclismo, temos a responsabilidade acrescida de usarmos este nosso pequeno "vício" como elemento aglutinante, cativando amigos para a prática do BTT ou ciclismo.
São de grande valor as iniciativas como "Vamos dar a volta à droga", ou quaisquer outras que, lentamente, mostrem ás pessoas que andar de bicicleta não só é saudável, como é divertido.
Vai demorar bastante tempo para que alguns troquem a cerveja matinal, na tasca da esquina, por uma incursão aos trilhos da Lagoa, por exemplo, mas devagarinho, vamos lá...
Comparem o número de bikes que víamos na estrada, a um domingo de manhã, há 5 anos atrás, e agora.
Até já vemos miudas a subir a Vista do Rei debaixo de mau tempo - sem pasteis de nata...

paulo rebelo disse...

Esse mar cavado a grosso nunca mais acaba. E q tal um desnível abaixo da superfície c/ mar-chão, dá pra voar, deslizar, subir, trepar, enrolar, planar, tudo num mundo "extraterrestre" adaptado ao "clima" subaquático! Há muito por onde escolher nesta ilha, o tempo é q manda.

CARLOS SILVA disse...

É pá, isto está um bocado para o morto.
Vou contar aqui uma história do último domingo, que é para rirem um pouco...
Fui treinar mais 2 amigos, o Quim e o Chaves.
O Chaves está destreinadíssimo, e eu estive 1 semana parado, por causa de uma constipação, que ainda não passou.
Bom, andámos a fazer as ribeiras da Ribeira Grande, Ribeirinha, etc.
Já com um bom esticão nas pernas, parámos na bomba de
gasolina da Ribeira Grande, para eu meter ar na suspensão da frente, que, a propósito, acho que despachou de vez.
Nisto passa uma ciclista (penso que era a mesma que vimos a subir a Vista do Rei no domingo anterior), que nos cumprimentou e seguiu para PDL numa pedalada vivinha.
Claro que tivemos aquele comportamento mais que lógico de "vamos apanhá-la"...
Mas o Chaves estava tão estoirado que, mal saimos da bomba, desistiu logo da ideia.
Então o Quim, que está em grande forma, resolve dar um empurrão ao Chaves, e quase que apanhámos a miuda. Porém, as pilhas acabaram-se-lhe, e ficámos para trás outra vez. A seguir foi a minha vez de ajudar o rapaz, mas eu já estava mesmo no limite, e aconteceu a mesma coisa. Esta situação tipo "elástico" repetiu-se n vezes, até ao cruzamento do Pico da Pedra, e nunca conseguimos ficar a menos de 100 m da rapariga; levámos uma mecha de todo o tamanho e nada de "anular a fuga"... lol... Que dores

jormed disse...

Não tenho andado a escrever porque ando atafulhado em papéis e relatórios para apresentar os resultados de 2007 e o projecto para 2008... à DRD... ufa...

Eu já devia ter idade para ter juízo...

Vantagens de estar em forma: NÂO PERDER DE VISTA AS CICLISTAS!!! Querem melhor argumento?!?!?

CARLOS SILVA disse...

Jorge, admiro imenso pessoas que têm paciência para papeladas...
Eu não tenho !
O que eu gosto nas bicicletas é mesmo de estar no terreno, cavar eu próprio as trialeiras e andar a meter fitas !
Também tive um trabalhão recentemente, para pedir as autorizações para Nordeste, felizmente já está tudo tratado e autorizado.

A teoria das ciclistas é interessante, se calhar vocês podiam ensiná~la ao Prof. Alpiarça, lol

Unknown disse...

Deves ter ficado com o teu ego em baixo Carlos, lol, pelo menos por uma semana. Quem era a Ciclista, que bike tinha ?
Não sabia que gostava assim tanto de colocar fitas e abrir trialeiras. Contamos contigo no Pinhal da Paz e outros para te "divertires" um bocado =)

A propósito, quando vamos lá, Jormed ?

CARLOS SILVA disse...

É pá, não reparei na bike...
Reparei mais nela, lol

Claro que podem contar comigo, desde que eu esteja disponível.
Vocês vão abrir trialeiras no Pinhal da Paz este ano ?

Unknown disse...

Creio que não nos é permitido mexer na áreas á volta dos trilhos já existentes, mas mesmo assim, acho que a intenção é manter o circuito do ano passado.