Eu sinceramente, não sei o que hei-de fazer para ver se tenho um pouco de mais sorte.
Desde que ando de bicicleta, já me aconteceu de tudo, ou quase tudo!
Tudo começa a partir do Natal de 1997, quando tive uma bicicleta já boazinha, sem ser uma Esmaltina.
1998
Um gajo cheio de mania, com uma bike que na altura era excelente, não durou muito para ter estreia, em Janeiro fui parar ao hospital, 3 dia ligado a máquinas, traumatismo craniano, todo esfolado, pontos na orelha e sei lá mais o quê. Lá fiquei melhor e depois fiquei 2 semanas em casa a recuperar após sair do hospital. Não parti nada, dei uma violenta cabeça contra o chão e perdi os sentidos, fiquei no chão + de 1h, e quem me socorreu foi um agricultor que por acaso é meu vizinho.
Este já passou!
No ano seguinte, em 1999, no mesmo mês!
Lá vou eu, com a minha bike para Água de Pau mais um amigo, quando estou a descer para fazer uma ponte, vejo um camião de 3.5ton. Travo com a roda de trás, a traseira foge, largo a travão para o gajo não me atropelar, e vou direito contra a roda de trás do camião.
Fiquei com o garfo todo amassado e a roda também, como se isto não bastasse, fiquei com o meu braço esquerdo todo esfolado, após ter ido com o braço contra a caixa de ferro do camião fazendo uma mossa no camião para proteger cabeça, e nem sei como não parti nada.
Lá estava eu no chão e o dono do camião só diz:
- Bela cena que está ai feita.
E foi-se embora e um gajo no chão todo partido.
2003
Fui fazer uma prova em Nordeste, em que o circuito era fazer a tronqueira e subir o pico Bartolomeu. Lá fiz a prova, lá se foi embora a ambulância quando acabou a prova, e depois fui eu descer o Pico Bartolomeu a alta velocidade.
Uma coisa é certa, eu abusei mesmo, cheguei a dar uns 90km/h de BTT. Quando estou a fazer uma curva à direita, de repente, a curva fica cada vez mais apertada para a velocidade que ia, travei a fundo mas sem meter a roda de lado para não ir com o corpo contra o chão, porque este se encontrava cheio de limos. Só deu tempo para escolher uma boa trajectória entre as árvores e não bater contra os pilares reflectores que se encontravam na Berna da estrada.
Entrei pelo mato a dentro a uns 60 e tal km/h. Bato com as costas numa árvore, depois na outra e lá fui depois com o peito contra o chão, e não parava de ir escorregando entre as árvores, o que vale é que o chão tinha limos entre estas. Senão era mais uns esfelões!
Nem me conseguia levantar, só me lembro de tentar mexer com as pernas, porque me doía muito as costas. Vinho a rastejar até à beira da estrada, e deitei-me lá à espera que alguém passa-se.
Depois apareceu o Carlos Silva e o Tiago Martins num carro, ajudaram-me a levantar e lá fiz o resto da descida de bike. Disseram-me que tinha feito uma travagem para uns 30m!
Com as dores todas, fui ao centro de saúde do Nordeste, fui atendido por um médico, que quando me mandou urinar para um copo para fazer um teste, depois de fazer o teste reparou que tinha sangue na urina.
Forte pancada a minha!
Lá fui eu de ambulância do Nordeste para o Hospital de Ponta Delgada e lá tive de passar lá a noite.
Durante a noite, liga-me meu pai:
Pai - Então Filipe, está tudo bem?
- Tá
Pai - Tá cheio de crianças a chorar ai ao pé de ti!
- Pois tá!
Pai – Onde tás?
- Tou no hospital!
Pai – Xii, outra vez.
No dia a seguir lá fui eu para casa com fortes dores nas costas e lá tive que tomar um antibiótico. Sem nada partido. GRAÇAS A DEUS!
A partir daí tenho tido mais juízo, tento-me controlar mais nas descidas, não abusar!
2007
Dia 21 de Novembro, lá vou eu todo descansado a andar de bicicleta de estrada, cerca de 1.5km à frente do centro de inspecção de vaiculos da R. Grande. Não é que um cão de fila sem mais nem menos, que estava na beira da estrada deitado, Zás, e vai uma, e ele a fazer força para trás, e eu a fazer força para a frente, e largou-me. Quando penso que vai deixar-me em paz, zás, e vai mais uma, no mesmo sítio, forte dores que tinha, lá dei uma cambalhota para o pasto, o cão largou-me e o dono gritou para chamar o cão porque me ouviu aos berros, depois veio ter comigo.
Uma senhora que estava a passar de carro viu tudo e chamou a Ambulância.
- blá, blá, blá com o dono do cão, fiquei com os dados do dono e fui para o centro de saúde da R. Grande.
Lá sou atendido por um médico e um enfermeiro, que desinfectaram a ferida, meteram uma pomada qualquer, uma ligadura e pega direito com um papel a dizer que tinha de mudar o penso todos os dias e um anti-biótico para comprar.
Entretanto à noite, lá vou eu para a formação nos bombeiros no mesmo dia.
Entretanto repararam que ligadura que tinha no tornozelo se encontrava cheia de sangue, lá disseram-me para pedir ao pessoal que estava de serviço nas ambulâncias para me mudar a ligadura.
Quando tiram a ligadura, grandes buracos que tinha, e lá fui eu levar pontos para o hospital de ponta delgada.
Resumindo e concluindo aprendi uma coisa, se alguma vez estiver no concelho da R. Grande e precisar de chamar a ambulância, chamo o táxi par ir para o hospital de Ponta Delgada.
Com toda esta história não conheço ninguém, com mais azar que eu!
Gostava de saber o que faces fazem para ver se tenho um pouco de mais sorte!
Vão à missa? Rezam todos os dias?...
Acho que vou ao Professor Bambo que é vidente, vi no jornal Açoriano Oriental, para ver se tenho um pouco de mais sorte.
Eu já nem sei mais o que me falta acontecer? Secalhar falta – me cair por um precipício de bike e ficar pendurado pelos calções de lycra num galho.
